Acidentes Ofídicos
dezembro 28, 2015Elapídico>Crotálico>Laquético>Botrópico.
PRIMEIROS SOCORROS
- Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão;
- Manter o paciente hidratado;
- Manter o paciente calmo;
- Manter o paciente em repouso. Caso a picada seja no braço ou na perna, estas extremidades devem ficar elevada;
- Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam garrotear, em caso de inchaço do membro afetado;
- Se possível, levar o animal para que seja identificado e para que a vítima receba o soro especifico.
- Procure o hospital credenciado mais próximo de sua região
ATENÇÃO:
- Não amarrar ou fazer torniquetes ou garrotes. O garrote impede a circulação do sangue, o que piora a situação podendo ocorrer necrose local;
- Não colocar folhas, pó de café, urina ou quaisquer outras substâncias no local da picada, pois podem provocar infecção;
- Não corte ou fure o local da picada para fazer ‘sangria’, pois somados aos efeitos do veneno, podem induzir hemorragias e infecções;
- Não ingerir bebida alcoólica, querosene ou outros tóxicos.
Como identificar alguns ACIDENTES CAUSADOS POR SERPENTES
São sintomas de um acidente causado por cascavel:
- Sem lesão evidente no local da picada;
- Flacidez da musculatura facial;
- Visão Dupla
- Mal estar, náuseas, vômitos e sudorese;
- Sonolência ou inquietação;
- Dores musculares;
- Urina escura.
São sintomas de um acidente causado por coral:
- Sem lesão evidente no local da picada;
- Paralisia flácida dos membros;
- Pálpebras caídas;
- Visão Dupla
- Dificuldade para respirar.
São sintomas de um acidente causado por Jararaca:
- Dor no local da picada podendo ocorrer bolhas;
- Sangramento no local da picada;
- Inchaço local;
- Pode evoluir com complicações, como infecção e necrose na região da picada, hemorragia e insuficiência renal;
- Pode ocorrer manifestações hemorrágicas.
São sintomas de um acidente causado por Surucucu
- Semelhante ao acidente botrópico;
- Vômitos;
- Diarréia;
- Queda da pressão arterial.
Patogenia
Serpentes do gênero Bothrops: possuem venenos com ações coagulante, proteolítica e vasculotóxica. Ação coagulante –é a propriedade que o veneno das serpentes dos gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis tem de transformar diretamente o fibrinogênio em fibrina, tornando o sangue incoagulável. Ação proteolítica, também denominada de necrosante, decorre da ação citotóxica direta nos tecidos por frações proteolíticas do veneno. Pode haver liponecrose, mionecrose e lise das paredes vasculares. Ação vasculotóxica – ocorre pois essas serpentes podem causar hemorragia local ou sistêmica em nível de pulmões, cérebro e rins. O edema no local da picada, que em geral ocorre minutos após o acidente, é decorrente de lesão tóxica no endotélio de vasos sanguíneos.Além disso, os acidentes botrópicos podem ser acompanhados de choque, com ou sem causa definida. Entre eles, a hipovolemia por perda de sangue ou plasma no membro edemaciado, a ativação de substâncias hipotensoras, o edema pulmonar e a coagulação intravascular disseminada. A insuficiência renal pode-se instalar por ação direta ou secundária a complicações em que o choque está presente.
Surucucu ou Jararaca (Bothrops atrox) Jararaquinha-do-rabo-branco (Bothrops atrox)
Papagaia (Bothrops bilineatus)
Serpentes do gênero Crotalus: possuem veneno com ações miotóxica, neurotóxica e coagulante. A atividade miotóxica sistêmica é caracterizada pela liberação de mioglobina para o sangue e urina. O diagnóstico de rabdomiólise pode ser comprovado pela elevação dos níveis séricos de creatina quinase (CK), desidrogenase láctica (DHL) e aspartato amino transferase (AST). A confirmação laboratorial da rabdomiólise pode ser obtida pela detecção de mioglobina em soro e urina. As frações neurotóxicas do veneno crotálico são aquelas que produzem efeitos tanto em nível de sistema nervoso central, quanto periférico. Um dos importantes efeitos é o bloqueio da transmissão neuromuscular, que sugerem as paralisias motoras e respiratórias no acidente crotálico.
(Cascavel)
Serpentes do gênero Micrurus: possuem venenos com ação neurotóxica.
Coral-verdadeira (Micrurus lemniscatus) Coral-verdadeira (Micrurus remotus)
Coral-verdadeira (Micrurus surinamensis) Coral-verdadeira (Micrurus hemprichii)
Serpentes do gênero Lachesis: o veneno das serpentes do gênero Lachesis possui ações coagulante, necrosante e vasculotóxica.
Pico-de-jaca ou Surucucu-pico-de-jaca (Lachesis muta)
Quadro clínico
Serpentes do gênero Bothrops:
Sintomatologia local: Imediatamente após a picada, em geral nos primeiros 30 minutos, ocorrem dor, edema, eritema e calor local. A dor é imediata, de intensidade variável, podendo ser o único sintoma. O edema endurado, acompanhado de calor e rubor, pode estar ausente no início, mas instala-se dentro das primeiras seis horas. A instalação de bolhas, equimoses e necroses em geral ocorre após 12 horas do acidente, casos em que podem advir as complicações infecciosas.
Tempo de coagulação: O tempo de coagulação e o tempo de tromboplastina parcial ativada estão aumentados pela ação coagulante do veneno. O tempo de coagulação é exame útil, de fácil execução, podendo ser realizado em lâmina e/ou em tubo simples de vidro. O tempo de coagulação normal varia entre três e seis minutos, podendo ser indeterminado nos acidentes botrópicos.
Hemorragia local e sistêmica: As hemorragias podem ocorrer no local da picada ou em pontos distantes, tais como gengivas (gengivorragia), nariz (epistaxe), tubo digestivo alto (hematêmese), rins (hematúria) e às vezes na borda do leito ungueal.
Complicações: As principais complicações locais são a necrose primária, em decorrência da ação do próprio veneno, ou a secundária, por efeito de infecção bacteriana. Esta última em geral está associada a germes Gram-negativos, tais como a Morganella morganii, Escherichia coli, Providencia sp, Klebsiella sp, Enterobacter sp e raramente por germes Gram-positivos, entre eles o Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis.
A mortalidade pelo acidente botrópico é baixa. As causas, em geram, são insuficiência renal aguda e hemorragias incontroláveis.
Serpentes do gênero Crotalus:
Em geral, não há reação local, embora um pequeno edema possa estar presente. A dor no local da picada é pouco freqüente. A região em geral fica adormecida poucos minutos após e permanece assim por várias semanas ou meses.
A miotoxicidade do veneno é evidenciada do ponto de vista clínico pela intensa mialgia generalizada, podendo ser acompanhada de edema muscular discreto.
A neurotoxicidade ocorre após algumas horas e o doente passa a referir dor na região do pescoço, diminuição e até perda da visão, ptose palpebral bilateral, sonolência e obnubilação. O fácies é característico e denominado “fácies neurotóxico de Rosenfeld”. Ao exame neurológico, encontram-se hiporreflexia global e comprometimento do II par craniano, evidenciado pelo exame de fundo de olho, onde pode-se observar borramento de papila e ingurgitamento venoso bilateral. O comprometimento dos III, IV e VI pares cranianos é evidenciado por ptose palpebral bilateral, diplopia, plegia de músculos da pálpebra, midríase bilateral semiparalítica e diminuição de reflexos fotomotores. Além disso, podem-se verificar movimentos nistagmóides, plegia dos movimentos do olhar conjugado, tontura, alterações da gustação e hiposmia e/ou anosmia. A insuficiência respiratória pode ocorrer em alguns casos. Cefaléia intensa, febre, hipertensão arterial e/ou hipotensão arterial acompanhada de taqui e/ou bradicardia são sintomas que lembram a síndrome de hiperreatividade simpática. Esses sintomas acompanham casos graves e, em geral, atendidos tardiamente, desaparecendo espontaneamente após a primeira semana.
As alterações renais, evidenciadas pela urina escura e/ou vermelha, costumam ocorrer após 24 a 48 horas do acidente. Nos casos que evoluem para insuficiência renal aguda, o quadro clínico é o clássico descrito.
As alterações hematológicas, principalmente a incoagulabilidade sanguínea, ocorrem após algumas horas do acidente, entretanto involuem com o tratamento adequado.
Serpentes do gênero Micrurus:
Nos acidentes elapídicos, a sintomatologia ocorre minutos após, em virtude do baixo peso molecular das neurotoxinas. A sintomatologia predominante é a neurotóxica e o doente apresenta fácies miastênica, com ptose palpebral bilateral, paralisia flácida dos membros. O quadro é mais grave que o dos acidentes crotálicos, devido à elevada incidência de paralisia respiratória de instalação súbita.
Serpentes do gênero Lachesis:
As manifestações clínicas são semelhantes às do envenenamento botrópico. Nesse sentido, os doentes picados por essas serpentes costumam apresentar, momentos após, intensa sintomatologia no local da picada. A dor, o edema, o calor e o rubor são semelhantes ao do acidente botrópico, podendo ser confundido com este. O tempo de coagulação pode alterar-se, contribuindo para as hemorragias sistêmicas muitas vezes observadas. Além disso, o doente pode apresentar sintomas de excitação vagal, tais como bradicardia, diarréia, hipotensão arterial e choque. As complicações observadas neste tipo de acidente são as mesmas do acidente botrópico.
Diagnóstico
O diagnóstico de certeza do acidente ofídico deve ser feito pela identificação da serpente. Se isto não for possível, devemos nos orientar pelo quadro clínico apresentado pelo paciente.
Tratamento
Medidas gerais:
Anéis e alianças devem ser retirados do dedo atingido, pois o edema pode tornar-se intenso, produzindo um sistema de garrote. O uso de torniquete, com a finalidade de reter o veneno no local da picada, é contra-indicado para os acidentes botrópicos. É também contra-indicado utilizar instrumentos cortantes com a finalidade de fazer cortes ao redor da picada, pois os venenos possuem frações proteolíticas que irão atuar nesses locais, piorando muito a necrose.
O doente deve ser colocado em repouso e transportado rapidamente para um hospital, onde deve receber tratamento específico. A imunoprofilaxia contra o tétano deve ser realizada de acordo com o caso.
O soro antiofídico a ser aplicado deve ser específico para o gênero ao qual a serpente pertence. Deve ser administrado o mais precocemente possível, em dose única, de preferência pela via intravenosa, com o objetivo de neutralizar a peçonha antes que ela possa ter causado dano.
As reações inerentes à soroterapia podem ser imediatas (anafiláticas, anafilactóides e pirogênicas) ou tardias, manifestando-se seis a 10 dias após, pela doença do soro.
Serpentes do gênero Bothrops:
O tratamento do acidente botrópico consiste em se internar o doente, colocá-lo em repouso e na posição de drenagem postural, para que ocorra a remissão mais rápida do edema. Para isso, deve-se mantê-lo em decúbito dorsal horizontal com o membro atingido elevado, de tal forma que permaneça acima do plano que tangencia o precórdio. Quando necessário, deve ser feito o tratamento local das lesões com banhos anti-sépticos, do tipo permanganato de potássio na diluição de 1:40.000. Além disso, quando houver infecção secundária, indica-se a associação sulfametoxazol e trimetoprim (Bactrim F®), um comprimido a cada 12 horas pela via oral. O uso de antibióticos do tipo clindamicina (Dalacin C®) e/ou cloranfenicol (Quemicetina®) é indicado para os casos em que ocorre infecção por germes anaeróbios. A clindamicina é empregada na dose de 20 a 30 mg/Kg de peso por dia pela via oral e o cloranfenicol na dose de 50 a 100 mg/Kg de peso, também pela via oral. Quando ocorre falha terapêutica, antibióticos dos tipos cefalosporinas e/ou aminoglicosídeos podem ser utilizados. Entre as cefalosporinas, temos dado preferência à cefalexina (Keflex®), por ser um antibiótico de emprego pela via oral. A dose preconizada é de 40 a 50 mg/Kg de peso corporal por dia. Quando ocorre evidente formação de abscesso, a drenagem cirúrgica está indicada, em geral associada à antibioticoterapia. Atualmente temos dado preferência à cefuroxima (Zinnat®) nas doses de 125 a 250 mg/dose, duas vezes ao dia, pela via oral. A vacina antitetânica está indicada e o soro antitetânico deverá ser aplicado quando ocorrer acidente grave com extensas áreas necrosadas.
O tempo de coagulação tem sido usado como parâmetro de eficácia da dose de soro empregada. Se, após 12 horas do início do tratamento, o sangue do doente ainda estiver incoagulável, deve-se realizar soroterapia adicional na dose de 100 mg de antiveneno. As doses de soro preconizadas para os acidentes leve, moderado e grave são, respectivamente, de 100, 200 e 300 mg de soro antibotrópico. Para os casos considerados muito graves, podem-se utilizar 400 mg ou mais. Devido a mudanças nas padronizações do soro produzido pelos institutos, atualmente tem-se preconizado quatro, oito e 12 ampolas de soro para os casos leves, moderados e graves, respectivamente. Quando não se dispuser do soro antibotrópico o tratamento pode ser feito com o antibotrópico-crotálico ou antibotrópico-laquético. A dose deve ser de acordo com a gravidade clínica.
Nos acidentes causados por Bothrops moojeni, tem sido indicada fasciotomia nos casos de edemas volumosos e progressivo do membro atingido. Essa conduta está contra-indicada quando existe anormalidade na coagulação sanguínea. O equilíbrio hidreletrolítico deve estar correto, pois pode ser fator agravante para o desenvolvimento de insuficiência renal aguda. Grandes volumes plasmáticos ou sanguíneos podem ficar sequestrados no membro atingido, devendo ser considerado para o cálculo do equilíbrio hidreletrolítico.
Nos pacientes em que ocorrer perda de função de grupos musculares está indicada a fisioterapia e, eventualmente, cirurgia plástica e ortopédica corretivas. A amputação somente deve ser realizada se a recuperação do membro não for mais possível. As principais complicações locais são principalmente a síndrome compartimental, abscessos e necroses especialmente quando a picada acomete extremidades (dedos). Nestes casos pode haver sequela permanente.
Quadro 2 – Classificação quanto à gravidade e soroterapia recomendada para o acidente botrópico
(*) O doente deve ser mantido internado e a classificação da gravidade é feita no momento da chegada ao Hospital. Este processo é evolutivo e pode mudar durante a internação.
(**) TC normal: até 10 minutos; TC prolongado: de 10 a 30 minutos; TC incoagulável: > 30 minutos.
(***) SAB = soro antibotrópico, SABC = soro antibotrópico-crotálico, SABL = soro antibotrópico-laquético.
(****) TA – tempo decorrido entre o acidente e o atendimento médico em horas.
Serpentes do gênero Crotalus:
O acidente crotálico é sempre uma emergência médica. O doente deve ser colocado em repouso absoluto e encaminhado imediatamente para um hospital.
O tratamento específico é realizado com soro anticrotálico ou pela fração específica do soro antiofídico, administrando-se doses sempre superiores a 150 mg, por via intravenosa ou subcutânea.
O tratamento complementar, a fim de se evitar a insuficiência renal aguda, consiste em hidratar o doente por via intravenosa, infundindo 1 a 2 litros de soro fisiológico, a uma velocidade que deve ser em torno de 60 a 80 gotas/minuto. A seguir, induzir a diurese osmótica com 100 ml de manitol a 20% por via intravenosa, que deve ser mantido a cada seis horas por um período de três a cinco dias, em função da gravidade clínica e da resposta terapêutica. O manitol, além de diurético osmótico, ainda contribui sobremaneira para diminuir o edema cerebral e da musculatura esquelética.
Deve-se também fazer uso de bicarbonato de sódio a 5%, 50 ml por via oral a cada seis horas para alcalinizar a urina e evitar lesões renais que são favorecidas pelo pH ácido. Após 12 horas de internação, reavaliar o tempo de coagulação. Se este ainda encontrar-se alterado, suplementar a soroterapia anticrotálica na dose de 100 mg.
Se o doente evoluir com anúria, avaliar a função renal pela dosagem de uréia, creatinina, bem como os níveis de sódio, potássio e cálcio. Constatada a insuficiência renal aguda, indicar a hemodiálise. As manifestações clínicas renais e neurológicas observadas nesses doentes são reversíveis.
Quadro 3 – Classificação quanto à gravidade e soroterapia preconizada para o acidente crotálico.
(*) O doente deve ficar sempre internado.
(**) SAC = soro anticrotálico, SABC = soro antibotrópico-crotálico.
Uma ampola de soro (10 ml) neutraliza 15 mg de veneno referência (Crotalus d. terrificus).
Serpentes do gênero Micrurus:
O soro específico antielapídico deve ser aplicado por via intravenosa, em quantidade suficiente para neutralizar 150 mg de veneno. O bloqueio da junção mioneural, em alguns acidentes elapídicos, ocorre pós-sinapticamente. A reversão desse bloqueio é possível, portanto, através do uso de anticolinesterásicos. Dessa forma, o tratamento da insuficiência respiratória aguda, quando presente, poderá ser tentado com anticolinesterásicos, enquanto o paciente é removido para centros médicos que disponham de recursos de assistência ventilatória mecânica.
O esquema indicado é o seguinte: cinco injeções intravenosas de 0,5 mg de neostigmina (Prostigmine ®, 1 ml = 0,5mg), com intervalos de 30 minutos entre cada administração; em seguida, administrar a mesma quantidade de neostigmina (0,5 mg) a intervalos progressivamente maiores, conforme a resposta clínica, até que ocorra a recuperação completa, o que acontece em torno de 24 horas.
Cada administração de neostigmina deve ser precedida de uma injeção intravenosa de 0,6 mg de sulfato de atropina (Atropina®, 1 ml = 0,5mg), para se obter o aumento da freqüência do pulso, na ordem de 20 batimentos por minuto.
Diante da possibilidade de haver ou não resposta aos colinesterásicos, dependendo do tipo de bloqueio da junção mioneural, a Organização Mundial da Saúde recomenda a administração de 10mg de cloridrato de edrofônio (Tensilon®, 1 ml = 10mg), por via intravenosa, cujo efeito se fará sentir imediatamente após a injeção. Nos casos em que houver melhora, deve-se utilizar o esquema de uso de anticolinesterásicos citado. Para as crianças usar o esquema descrito no quadro 4.
Quadro 4 – Esquema terapêutico indicado para adultos e crianças.
Observação: cloridrato de edrofônio (Tensilon ®, 1ml = 10 mg) é um anticolinesterásico de ação rápida. Apesar de não ser disponível comercialmente no Brasil, é mais seguro e pode substituir o uso da neostigmina.
Serpentes do gênero Lachesis:
Estas serpentes inoculam grande quantidade de veneno; por isso preconiza-se o uso de 10 a 20 ampolas de soro antilaquético ou antibotrópico-laquético, pela via endovenosa. O tratamento complementar e os cuidados que devem ser tomados são os mesmos da terapia antibotrópica.
Quadro 5 – Acidentes laquético e elapídico: orientação para o tratamento específico.
(*) SAL=soro antilaquético ou SABL=soro antibotrópico-laquético
(**) Uma ampola de soro (10 ml) neutraliza 15 mg de veneno referência (Micrurus frontalis)
Quadro 7 – Guia para profilaxia do tétano em caso de acidente ofídico (*)
DTP = vacina tríplice bacteriana, dT = vacina dupla adulto, DT = vacina dupla infantil, TT = vacina antitetânica, SAT = soro antitetânico.
(*) Adaptado de Centers for Disease Control – Diphtheria, tetanus and pertussis: guidelines for vaccine prophylaxis and other preventive measures.Annals of Internal Medicine, 103:896-905, 1985.
Profilaxia
Como na maioria dos indivíduos, a picada ocorre enquanto estão trabalhando e em cerca de 60% dos casos o local acometido é o pé ou o tornozelo, uma simples bota de couro que cubra essas regiões poderia prevenir mais da metade dos acidentes. O índice de proteção pode alcançar 70% se a perna estiver coberta até a altura do joelho. Deve ser ressaltado que essas medidas de proteção raramente são postas em pratica, em razão da precariedade das condições sócio-econômicas do nosso trabalhador rural, o principal atingido pelos acidentes ofídicos.
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